O corpo delas é feito especialmente para sofrer grandes adaptações de formato. "A pele é bastante elástica, as costelas são móveis e os ossos, altamente maleáveis", afirma o biólogo especializado em répteis Otávio Marques, do Instituto Butantan, em São Paulo. As primeiras transformações ocorrem já no momento do bote.
Em espécies como a jararaca e a cascavel, o ângulo de abertura da boca chega a 180º. "Assim os dentes ficam direcionados para a frente", diz Otávio. Após abocanhar sua presa deformando temporariamente o próprio crânio, a cobra libera enzimas que digerem a maior parte do alimento. As sobras da generosa refeição, como pêlos, penas, escamas, unhas ou dentes, acabam eliminadas pelas fezes.
Além de sua capacidade de abrir exageradamente a boca, as cobras que comem ovos têm outra particularidade: contam com uma vértebra especial que apresenta um pequeno prolongamento usado para quebrar o ovo. Depois que a clara e a gema são ingeridas, a casca é regurgitada pela serpente.
Na cabeça das cobras existem dois pequenos ossos, o quadrado e o supratemporal, que ficam entre as partes superior e inferior do crânio. Quando a cobra está com a boca fechada, eles permanecem inclinados.
Na hora de abocanhar a presa, os ossos se estendem na vertical, um sobre o outro. Unidas apenas por uma membrana elástica, as mandíbulas não dificultam a abertura total da boca. Com essa adaptação, a cobra pode engolir presas mais largas que sua própria cabeça.
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